Daniele Moreira Alves

Intensa. Indomável. Indelével. Ah, e Dani para os íntimos!

sábado, 8 de agosto de 2009

Pânico!

Preciso escrever para que isso saia _definitivamente_ da minha memória.

Hoje vivi um momento de terror e, pior, sem nem saber o que de fato acontecia. Estava com minha filha, minha mãe e minha prima na praça de alimentação de um shopping quando fomos surpreendidas por uma multidão que corria desesperadamente e gritava desesperadamente.
Cadeiras voando. Gente caindo. Muito choro. Muita gritaria. Bebidas espalhadas pelo chão. Cenas de horror!
Logo ao perceber o tumulto (fico sempre em estado de alerta!), grudei minha filha em meu tronco (ainda consegui pegar nossos pertences), chamei minha família ("Venham, corram atrás de mim!") e me lancei para dentro de um dos restaurantes. Minha mãe e minha prima ficaram do lado de fora, ao ver que elas não estavam conosco eu saí gritando seus nomes e olhando preocupada até encontrá-las e só parei de atropelar quem estava em minha frente quando consegui arrastá-las para dentro do restaurante também, minha filha estava desesperada. Conseguimos ir para um canto e nos abaixamos sem sequer imaginar o poderia estar acontecendo. Tensão!
Confusão instaurada. As pessoas rastejavam na praça procurando abrigo nos estabelecimentos que fechavam rapidamente suas portas ou então escondiam-se debaixo das mesinhas. "Tiro!", alguém gritava. Ouvia-se o comando histérico "Se abaixem! Se abaixem!" que ecoava no ambiente piorando aquela atmosfera.
Rezamos. Shopping fechado, não podíamos ir embora. Tentamos comunicação, o celular estava sem de serviço. Rezamos.
Quando tudo parecia abrandar-se saíamos do nosso "esconderijo" e por três vezes mais a confusão se repetiu... Inclusive após o anúncio de que a situação estava regularizada e já nos dirigíamos para o elevador. As pessoas abalroavam-se tentando se proteger ou ir embora para salvar-se de algo. Mas de quê mesmo? O que estava acontecendo? Ladrão? Arrastão? Dentro ou fora do Shopping? Muitos palpites. Nenhuma resposta. Pavor!
Vi crises. Vi desmaios. Vi brigas. Vi criança perdida. Vi o medo nos olhos de minha família. Tudo durou aproximadamente 40 minutos, mas pareceu uma eternidade. Foi o pior dia de minha vida!
Eu era a própria fortaleza, para acalmar minha pequena que estava assustadíssima, e para tranqüilizar e dar segurança a mainha e a Ju. Eu não me desespero, nos momentos difíceis mantenho a razão. Mas na hora de, finalmente, ir embora eu mal tinha perna para fazer a meia-embreagem, uma tremedeira só, rs... Coitada de mim! Coitados de todos nós que já não podemos nos sentir seguros na rua, dentro de um local de lazer, em lugar algum... Sensação horrível, um mix de insegurança e de impotência!
Já do lado de fora, nas ruas entorno do Shopping, ainda se via os rostos atormentados.
Só ao chegar em casa e assistir ao jornal é que ficamos sabendo o motivo real: Uma briga entre seguranças dos lojistas da rua e um policial militar que passava pela Rua Direita da Piedade. Houve disparos e algumas pessoas foram alvejadas. Os transeuntes, em desespero, correram das ruas próximas e da Estação da Lapa para dentro das lojas das imediações e dos dois shoppings locais. Socorro!

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