Daniele Moreira Alves

Intensa. Indomável. Indelével. Ah, e Dani para os íntimos!

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Azeite de dendê no ar

Não é do cheiro inebriante das deliciosas comidas baianas à base de azeite de dendê a que estou me referindo. Mas, da nossa matéria-prima culiária levantando aviões... Quê???

Falo da bioquerosene, e isso não é só conversa de soteropolitana orgulhosa, é cientificamente comprovado. Na Conferência Internacional sobre Biocombustíveis, de acordo com o relato do “pai do biodiesel”, o professor Expedito Parente, as pesquisas para o desenvolvimento da tecnologia já estão em andamento e, no máximo em cinco anos, o bioquerosene – feito a partir do óleo de dendê, buriti, pequi, tucumã e outras palmáceas – deve ser adicionado ao combustível dos aviões.

Não é à toa que nós, baianos, somos mais turbinados; afinal, recebemos nossa primeira dose de dendê praticamente quando da dieta de desmame, rsrsrs..., enquanto que os turitas já adultos "derretem-se" ao usar apenas uma colheradinha, rsrsrs... (Puro veneno, ou melhor, azeite com pimenta).

O Pequeno Príncipe (e sua fantástica raposa)

Passando, saudosa, pelo quarto da minha princesa, avistei em sua mesinha de cabeceira o belíssimo "O Pequeno Príncipe", sorri e reli o livro clássico e cativante. Resolvi postar a passagem que mais me toca, pela sua força, pela sua beleza e pela sua verdade.




"E foi então que apareceu a raposa:
__Bom dia, disse a raposa.
__Bom dia, respondeu educadamente o pequeno príncipe, que olhando a sua volta, mas não viu nada.
__Eu estou aqui, disse a voz, debaixo da macieira...
__Quem és tu? Perguntou o principezinho. __Tu és bem bonita...
__Sou uma raposa, disse ela.
__Vem brincar comigo, propôs ele. Estou tão triste...
__Eu não posso brincar contigo, disse a raposa. Não me cativaram ainda.
__Ah! Desculpa, disse o principezinho. Após uma reflexão, acrescentou:
__Que quer dizer "cativar"?
__Tu não és daqui _ disse a raposa. __Que procuras?
__Procuro os homens _ disse o pequeno príncipe. __Que quer dizer "cativar"?
__Os homens, disse a raposa, têm fuzis e caçam. É assustador! Criam galinhas também. É a única coisa interessante que eles fazem. Tu procuras galinhas?
__Não, disse o principezinho. Eu procuro amigos. Que quer dizer "cativar"?
__É algo quase sempre esquecido, disse a raposa. Significa "criar laços...".
__Criar laços?
__Exatamente, disse a raposa. Tu não és ainda para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens necessidade de mim. Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas se tu me cativas,nós teremos necessidade um do outro.Serás para mim único no mundo. E eu serei para ti única no mundo...
__Começo a compreender, disse o principezinho... Existe uma flor... eu creio que ela me cativou...
__É possível, disse a raposa. __Vê-se tanta coisa na Terra...
__Oh! Não foi na Terra, disse o principezinho.
A raposa pareceu intrigada:
__Num outro planeta?
__Sim.
__Há caçadores nesse planeta?
__Não.
__Que bom. E galinhas?
__Também não.
__Nada é perfeito, suspirou a raposa.
Mas a raposa retomou o seu raciocínio:
__Minha vida é monótona. Eu caço galinhas e os homens me caçam. Todas as galinhas se parecem e todos os homens se parecem também. E por isso me aborreço um pouco. Mas se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol. Conhecerei um barulho de passos que será diferente dos outros. Os outros passos me fazem entrar debaixo da terra. O teu me chamará para fora da toca, como se fosse música. E depois, olha! Vês lá longe, os campos de trigo? Eu não como pão. O trigo para mim é inútil. Os campos de trigo não me lembram coisa alguma. E isso é triste! Mas tu tens cabelos dourados. Então será maravilhoso quando me tiveres cativado. O trigo, que é dourado, fará lembrar-me de ti. E eu amarei o barulho do vento no trigo...
A raposa calou-se e considerou por muito tempo o príncipe:
__Por favor... cativa-me! Disse ela.
__Eu até gostaria, disse o principezinho, mas eu não tenho muito tempo. Tenho amigos a descobrir e muitas coisas a conhecer.
__A gente só conhece bem as coisas que cativou, disse a raposa. Os homens não têm mais tempo de conhecer coisa alguma. Compram tudo prontinho nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos. Se tu queres um amigo, cativa-me!
__Que é preciso fazer? perguntou o pequeno príncipe.
__É preciso ser paciente, respondeu a raposa. Tu te sentarás primeiro um pouco longe de mim, assim, na relva. Eu te olharei com o canto do olho e tu não dirás nada. A linguagem é uma fonte de mal-entendidos. Mas, cada dia, te sentarás mais perto... No dia seguinte o principezinho voltou.
__Teria sido melhor voltares à mesma hora, disse a raposa. Se tu vens, por exemplo, às quatro da tarde, desde às três eu começarei a ser feliz! Quanto mais a hora for chegando, mais eu me sentirei feliz. Às quatro horas, então, eu estarei inquieta
e agitada: descobrirei o preço da felicidade! Mas se tu vens a qualquer momento, nunca saberei a hora de preparar meu coração... É preciso que haja um ritual.
__Que é um "ritual"? Perguntou o principezinho.
__É uma coisa muito esquecida também, disse a raposa. __É o que faz com que um dia seja diferente dos outros dias; uma hora, das outras horas. Os meus caçadores, por exemplo, adotam um ritual. Dançam na quinta-feira com as moças da aldeia. A quinta-feira é então o dia maravilhoso! Vou passear até à vinha. Se os caçadores dançassem em qualquer dia, os dias seriam todos iguais, e eu nunca teria férias!

Assim o pequeno príncipe cativou a raposa. Mas, quando chegou a hora da partida, a raposa disse:
__ Ah! Eu vou chorar.
__ A culpa é tua, disse o principezinho. __Eu não queria te fazer mal; mas tu quiseste que eu te cativasse...
__ Quis, disse a raposa.
__ Mas tu vais chorar! -Disse ele.
__ Vou, disse a raposa.
__ Então não terás ganho nada!
__ Terei, sim - disse a raposa __ por causa da cor do trigo.
Depois ela acrescentou:
__ Vai rever as rosas. Assim, compreenderá que a tua é a única no mundo. Tu voltarás para me dizer adeus, e eu te presentearei com um segredo.

O pequeno príncipe foi rever as rosas:
__ Vós não sois absolutamente iguais à minha rosa, vós não sois nada ainda. Ninguém ainda vos cativou, nem cativaste ninguém. Sois como era a minha raposa. Era uma raposa igual a cem mil outras. Mas eu a tornei minha amiga. Agora ela é única no mundo.
E as rosas ficaram desapontadas.
__ Sóis belas, mas vazias -continuou ele. __Não se pode morrer por vós. Um passante qualquer sem dúvida pensaria que a minha rosa se parece convosco. Ela sozinha é, porém, mais importante que todas vós, pois foi ela quem eu reguei. Foi ela quem pus sob a redoma. Foi ela quem abriguei com o pára-vento. Foi nela que eu matei as larvas (exceto duas ou três por causa das borboletas). Foi ela quem eu escutei queixar-se ou gabar-se, ou mesmo calar-se algumas vezes. Já que ela é a minha rosa.

E voltou, então, à raposa:
__ Adeus... -disse ele.
__ Adeus -disse a raposa. __ Eis o meu segredo. É muito simples: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível aos olhos.
__ O essencial é invisível aos olhos -repetiu o principezinho, para não esquecer.
__ Foi o tempo que perdeste com tua rosa que a fez tão importante.
__ Foi o tempo que eu perdi com a minha rosa... -repetiu ele, para não esquecer.
__ Os homens esqueceram essa verdade -disse ainda a raposa. __ Mas tu não a deves esquecer. Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas. Tu és responsável pela tua rosa...
__ Eu sou responsável pela minha rosa... -repetiu o pequeno príncipe, para não esquecer.
"

Antoine de Saint-Exupéry

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Haja R$$$$$...

Início de ano e lá vem a lista de material escolar, enorme e caríssima! Nooooossa!

Hora dos pais respirarem fundo para investir na educação (um bem precioso) com a matrícula das escolas particulares (cada vez mais caras) e com tudo que vem junto com o início do ano letivo: Uniforme, tênis, mochila, classificador, fichário, cadernos, canetas, lápis, etc, etc, etc, e haja dinheiro (e sem falar nos modismos e lançamentos, que oneram ainda mais a conta _já muito cara!). E os preços dos livros escolares??? Haja cifra!!!

As escolas pedem que todo o material seja adquirido (alguns até lá mesmo, como os módulos - impedindo a famosa barganha de preço dos livros se comprados em grupo nas livrarias) e entregue antes das aulas, além de que os filhos adoram ver todo o seu material comprado, forrado e completo arrumadinho em casa esperando para que seja utilizado; assim fica difícil comprar apenas o fundamental antes e deixar os demais para depois, fugindo dos valores exorbitantes que a necessidade nos obriga a pagar. Quando dá, o ideal é comparar preços e não comprar nada à toa.

Não é barato criar um filho, não... E tem ficado cada vez mais caro mesmo! A educação particular continua sendo um privilégio, inacessível para a maioria dos brasileiros. E sem falar dos "complementos fundamentais" que os filhos precisam e merecem... É aula de ballet, natação, karatê, pintura, piano, inglês, escolinha de futebol, de surf, curso de computação gráfica, de teatro... Ainda tem que ter lazer, diversão, cultura e entretenimento... Somar plano de saúde, plano odontológico, plano de previdência... E sem falar no comer, beber, vestir... Haja R$$$$$...

E aproveitar o post que não tem como tema o ensino, mas tem a ver com, para frisar a importância dos pais e a sua responsabilidade no acompanhamento escolar e desempenho de seus filhos. Não procure um tempo, faça-o e disponibilize-se.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Feliz 2000-e-dez!!!

Para ser ter um Feliz Ano Novo não se tem receita, se tem esperança, se faz promessas, e mais que desejar e acreditar temos que fazer acontecer.

E Drummond nos disse:
"...Não precisa fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta
Não precisa chorar arrependido pelas besteiras consumidas
Nem parvamente acreditar que por decreto de esperança a partir de janeiro as coisas mudem e seja tudo claridade, recompensa, justiça entre os homens e as nações, liberdade com cheiro e gosto de pão matinal, direitos respeitados, começando pelo direito augusto de viver.

Para ganhar um Ano Novo que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo cochila e espera desde sempre."

Vamos fazê-lo, então!!!

E Feliz 2000-e-dez!!!
E que seja "o ano"!!!
E que faça jus ao nome!!!