Daniele Moreira Alves

Intensa. Indomável. Indelével. Ah, e Dani para os íntimos!

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Prefere o quê?

Ou você aceita um acordo para autorizar a demolição ou terá sua barraca interditada e fechada pela Vigilância Sanitária... Prefere o quê?

Estas eram as opções dos barraqueiros da orla marítima de Salvador que já tiveram ou terão suas barracas derrubadas. As primeiras 36 já foram; 11 no dia 11.08 em Pituaçu e as outras 25, hoje, em Jaguaribe. E tem mais demolição prevista até dia 31.08 para mais 44 barracas entre Piatã e Amaralina. No total serão 200 barracas demolidas em todo o trecho comprometido a partir de Itapuã.

O acordo veio depois da ameaça, e os comerciantes que estavam insatisfeitos com as condições precárias de trabalho não tiveram outra alternativa a não ser aceitar. Com suas obras inacabadas e em condições muito aquém das exigidas pela Vigilância Sanitária, os barraqueiros estavam perdendo cada vez mais clientes e mal conseguiam dinheiro para o sustento de suas famílias, muitas das quais formadas e alimentadas por este meio há mais de 20 anos.

Após três longos e polêmicos anos, a Prefeitura procura remediar a situação oferecendo um boxe na Estação de Transbordo do Iguatemi (onde terão que se adaptar à nova clientela, nova rotina e novos produtos) e um toldo na praia para os finais de semana, com 20 jogos de mesas e para comercialização apenas de bebidas.

A situação dada como provisória vigorará até que o projeto final de revitalização da orla seja concluído, o tal projeto está embargado e parado na Justiça.

Não, eu não quero que a orla de Salvador (tão linda com suas belezas naturais) continue com essa apresentação horrível e vergonhosa, apenas me sensibilizo com os barraqueiros que só iniciaram as reformas em seus estabelecimentos porque à época tiveram o apoio da Prefeitura e não puderam concluir as obras porque a decisão judicial pede a retirada das barracas da faixa de areia, pois ainda tem a questão ambiental em jogo.

Sim, concordo que nossa paisagem ficou extremamente prejudicada, feia e com um aspecto negativo de abandono e desleixo. E concordo ainda com a decisão de derrubar as construções inacabadas de alvenaria. Mas, que lembrem-se sempre quem foi que iniciou a história do embelezamento com a reforma e que haja preservação e preocupação com os donos das barracas (suas vidas e suas famílias) para que não sejam financeiramente ainda mais prejudicados.

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