Daniele Moreira Alves

Intensa. Indomável. Indelével. Ah, e Dani para os íntimos!

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Oh, meu Deus!!!

Recebi uma relação hoje no trabalho que continha 20 nomes. 12 deles eram inacreditáveis.
Oh, meu Deus!!! Foi a primeira expressão que me veio à mente.
Depois uma enxurrada de pensamentos acerca dos tais nomes tomou conta de mim, preciso desaguar.

Atribuir nome ao filho é uma responsabilidade danada. É ser o mentor e o responsável por uma marca que alguém terá que carregar pelo resto da vida; orgulhando-se ou penando pela escolha de seus pais.

Não questiono nomes feios, mesmo porque a beleza está nos olhos de quem vê e, além do mais, gosto é que nem c... (corpo, ahahah...), cada um tem um. Além das questões culturais, das sociais e das familiares que podem influenciar na escolha, é mais uma questão pessoal mesmo, e nada é mais pessoal que gosto.

Nem questiono nomes que são a junção dos nomes dos genitores, na minha opinião a mistura nunca fica boa mas, por se tratar de uma homenagem, até relevo apesar de não gostar. O que questiono nestes casos especificamente de homenagem é a expectativa depositada; achar que o simples fato de levar o mesmo nome fará com que o futuro nomeado absorva e herde todas as qualidades admiradas do homenageado, xi..., isso é um perigo. E quando os pais resolvem homenagear uma celebridade de quem a criança possa vir a não gostar quando crescer? Xiii... E carregar o nome de um parente com o qual não se identifica? Xiii...

Mas o que me mata mesmo é a criatividade... Oh, meu Deus!!! Acredite, tem de tudo! Sabe aqueles nomes derivados de bula de remédio? E os que transformam coisas/ bichos/ características/ sentimentos/ profissões/ termos nacionais ou estrangeiros em nomes próprios? E os que fazem referência à determinada parte do corpo? Oh, meu Deus!!! É demais para mim! Definitivamente, não é um ato de amor; como deveria ser a escolha do nome de seu filho. Ou os pais são loucos, ou não queriam ter o filho e estão se vingando, ou são daqueles descontrolados que sacaneiam até a própria cria. Oh, meu Deus!!!

E mais, tem ainda a galera miserável do cartório que percebe que o pai não sabe falar corretamente (trocando o "l" pelo "r", por exemplo, daí os "Cróvis" da vida) e de maldade (só pode ser!) escreve o nome do bebê do jeitinho que foi pronunciado. Mais um condenado, oh, meu Deus!!!

Mas voltando ao ímpeto criativo, na busca por um nome único, diferente, os pais condenam seus filhos ao custoso pagamento pelo excesso da originalidade deles. Que nada!!! Nome tem que ter história e tem que ter significado, pode até mesmo interferir na vida da pessoa. É a identidade do indivíduo que, se pudesse escolher, certamente não optaria pela ridicularização. Felizmente a Justiça já permite que os constrangidos troquem seus nomes por algum mais decente.

Segue uma listinha de alguns nomes, no mínimo estranhos, que se encontram por aí:(Não ria, não... O caso é sério! Oh, meu Deus!!!)

Agrícola Beterraba Areia;
Antônio Noites e Dias;
Barrigudinha Seleida;
Bundolina, Bucetildes e Penisvaldo (Todos irmãos, que família!);
Carabino Tiro Certo;
Carlos Veado Prematuro;
Céu Azul do Sol Poente;
Chevrolet da Silva Ford;
Comigo é Nove na Garrucha Trouxada;
Deolina Café ou Chá;
Deus é Infinitamente Misericordioso;
Dolores Fuertes de Barriga;
Esparadrapo Clemente de Sá;
Éter Sulfúrico Amazonino Rios;
Espere em Deus Mateus;
Faraó do Egito Sousa;
Felicidade do Lar Brasileiro;
Flávio Cavalcante Rei da Televisão;
Fruto da Traição de Oliveirinha;
Homem Bom da Cunha Souto Maior;
Ilegível Inilegível;
Índia Brasileira de Arco e Flecha;
Inocêncio Coitadinho;
Janeiro Fevereiro de Março Abril;
João da Mesma Data;
João Querido Fracasso;
João Sem Sobrenome;
Joaquim Pinto Molhadinho;
José Casou de Calças Curtas;
José Treze de Junho de Mil Novecentos e Dezoito;
... Não desista, respire fundo e leia até o final...
Lança Perfume Rodometálico de Andrade;
Letsgo daqui (Let's go);
Liberdade Igualdade e Fraternidade;
Madeinusa (Pronuncia-se "Meide" in Usa, eheheh...);
Magnésia Bisurada do Patrocínio;
Manganês Manganésfero Nacional;
Manolo Porras y Porras;
Manoel Sovaco de Gambar;
Marciano Verdinho das Antenas Longas;
Maria da Segunda Distração;
Maria Tributina Prostituta Cataerva;
Maria-você-me-mata;
Mijordânia de Oliveira;
Naída Navinda Navolta Pereira;
Napoleão Sem Medo e Sem Mácula;
Natal Carnaval;
Necrotério Pereira da Silva;
Oceano Atlântico Linhares;
Otávio Bundasseca;
Padre Filho do Espírito Santo Amém;
Pália Pélia Pólia Púlia dos Guimarães Peixoto;
Peidolino Fedentino Bezerra dos Santos;
Placenta Maricórnia da Letra Pi;
Plácido e Seus Companheiros;
Primavera Verão Outono Inverno;
Produto do Amor Conjugal de Marichá e Maribe;
Remédio Amargo;
Restos Mortais de Catarina;
Rolando Escadabaixo;
Safira Azul Esverdeada;
Sete Chagas de Jesus e Salve Pátria;
Simplício Simplório da Simplicidade Simples;
Última Delícia do Casal Carvalho;
Um Dois Três de Oliveira Quatro.

E por aí vai! Oh, meu Deus!

... E quando é um (des)caso de família...
Os irmãos Epílogo, Verso, Estrofe, Poesia e Pessoína Campo;
As irmãs Xerox, Autenticada e Fotocópia;
Os irmãos Cedilha, Vírgula, Cifra e Ponto;
As irmãs Defuntina e Finadina;
Os irmãos Dialindo e Noitelinda.

... Sacanagem do cartório...
Merco (era para ser Américo...);
Jafa Lei. O diálogo no cartório: -"Qual o nome?" -"Já falei...";
E como é difícil acertar o nome Washington. Tem Uoston, Woxingtone, Oazinguito, ...

...Oh, meu Deus!!!

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