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Ontem fui à estréia do novo cd de Gadú e a-d-o-r-e-i como tinha certeza que adoraria.

O fato de Salvador ter sido escolhida para lançamento da turnê, e eu estar lá para presenciar, teve um sabor muito especial.

O Teatro Castro Alves estava lotado de pessoas e, para mim, de expectativa e sensação de coisa boa me aguardando... Promessa de uma ótima noite, amo música, eu era puro frisson!

Bem localizada e bem acompanhada, assisti ao show encantada. Me diverti e me emocionei.

Maria Gadú é m-a-r-a-v-i-l-h-o-s-a!!!

Apesar de já conhecer e admirar o seu trabalho, nunca tinha ido ao seu show, e não dá para descrever o que senti ouvindo-a ao vivo. Sua voz me causa arrepios. A sensação que tenho (toda e cada vez que a ouço) é de que ela já nasceu pronta, desde sua sólida estréia em 2009 quando brilhou como revelação musical do ano. Paradoxal. Aliás, sempre penso Maria Gadú assim, paradoxalmente: Sua imagem de menino largado associado à uma voz de mulher doce, que ao mesmo tempo soa tão suave e tão forte; seu potencial estrondoso ecoando e preenchendo ouvidos, mentes e espaços em contraponto à sua falta de presença de palco; os seus grandes sucessos (impressiona como em tão pouco tempo de carreira e com apenas 01 cd anterior já acumule tantos!) versus o seu tímido e repetido agradecimento ao final de cada música, "Obrigada, gente!", chegando a ser jeca pela voz que de repente torna-se infantilizada e demonstra não acreditar ser merecedora de todo retorno que recebe; a sua modéstia ao mesmo tempo incomoda e seduz a platéia, alguém que parece não ter buscado a fama e ainda não estar à vontade com ela, apesar de estar vibrando pela receptividade; senti falta de mais interação e de muito mais traquejo, mas fiquei feliz com o que assisti; a paradoxal Maria Gadú entre acanhada e empolgada é realmente impressionante.

O show:
- O repertório passeou entre as canções inéditas do novo cd (a maioria de sua composição) e os seus grandes sucessos;
- Sua banda, nota dez, merece todos os elogios! Dispostos em semi-círculo ao redor da cantora os músicos brilharam também no momento-solo;

- Ela própria troca várias vezes de violão, tocando muito bem todos eles;
- A iluminação para mim é sempre um espetáculo à parte, foi simples e linda;
- A tela disposta à frente do palco (sem cenário) para abertura e em um segundo momento foi uma idéia bastante criativa. Estendida deu o clima desejado após as projeções impactantes feitas nela, erguida trazia a artista para nós;
- O público inebriado, entre cantoria, aplausos e gritos, pedia mais e mais, mesmo após o já esperado bis;
- Durou um pouco mais que uma hora, e eu sai de lá querendo mais.