Daniele Moreira Alves

Intensa. Indomável. Indelével. Ah, e Dani para os íntimos!

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

CRÔNICA - Dia dos namorados


Mensagem, via e-mail:

Para as minhas amigas lindas e solteiras,

Dia 12 de junho está chegando... E se, por acaso, nem lembram mais o que significa essa data eu irei refrescar-lhes a memória : É Dia dos Namorados!!!

Ai, ai... (Momento reservado para suspiros profundos...)

E não adianta dizer que é apenas uma mera e insignificante data comercial e gritar aos quatro ventos que nessa data estará sozinha por opção própria... eu sei, eu sei, absolutamente, que é verdade, até porque também me enquadro nessa categoria de mulher-independente-segura-bonita-solteira-e-feliz que prefere estar sozinha a estar mal acompanhada... Mas vamos combinar que especificamente nesse dia seria bom um programa legal com alguém legal que lhe trouxesse um presente bbbeeemmm legal, hein ?!

Ahahah... (Momento reservado para risadas esganiçadas...)

O fato é que nesse dia, mais do que em qualquer outro, os casais estarão demonstrando exacerbadamente o seu amor, com direito a juras e declarações que valerão a eternidade do instante, lindas homenagens, tatuagens, caminhões de flores, ou qualquer outra coisa que faça com que determinada pessoa sinta-se como “a escolhida”, mensagens brotando a cada instante na tela do celular, scraps e posts que transbordarão as caixas de recados das redes sociais serão enviadas para o par perfeito (e para o mundo inteiro) ver. Sim, porque não basta declarar o seu amor para quem unicamente interessa; os demais, principalmente aqueles reles mortais que ainda não encontraram (e quiçá encontrarão um dia) a sua cara-metade, alma gêmea, a banda da laranja, sei lá mais o quê, precisam conjugar desse sentimento universal _ainda que seja alheio.

Precisaremos também presenciar as cenas românticas ou calientes de casais apaixonados... Então preparem os seus espíritos para ignorar as mãos dadas com os dedinhos entrelaçados como se segurassem o que há de mais precioso na face da Terra, olhares lânguidos, abraços apertados e aconchegantes daqueles que remetem a imagem de quando se dorme “de conchinha”, beijos ardentes e tórridos, estalados e divertidos, ou longos e macios, que quando não se é parte daquilo dá vontade de pedir para parar... (Eta, dor de cotovelo sem fim...) E lembre-se de passar longe dos lugares típicos para evitar o esbarrão neste dia, como a fila do cinema, o restaurante acolhedor ou barzinho da moda, sentir-se-á como um E.T.

Não sei na realidade o que me deu para despejar essa torrente de palavras que ainda não decidi se são de protesto ou de inveja mesmo, porque na verdade acabo de entrar em conflito com a posição que resolvi adotar (aquela, ah... vocês sabem de “não, não quero namorar!!!”) e passo a questionar o sentido de tudo, com todos os seus prós e contras, depois de ler um texto de Luis Fernando Veríssimo que diz algo do tipo: “Paquerar é bom, mas chega uma hora que cansa! Cansa na hora que você percebe que ter 10 pessoas ao mesmo tempo é o mesmo que não ter nenhuma, e ter apenas uma, é o mesmo que possuir 10 ao mesmo tempo! A "fila" anda, a coleção de "figurinhas" cresce, a conta de telefone é sempre altíssima...” E, eu completo, meninas, muitas vezes no final de muitos dias ficamos sós e na vontade ou com língua afiada sentadas em algum lugar do mundo vendo e tentando sermos vistas, em destaque, em meio e no meio de uma multidão de mulheres que querem exatamente a mesma coisa que nós...

Daí surge o conflito e como a exigüidade de opções não ajuda, entramos em choque entre o queremos e o que nos é oferecido, e chego à conclusão de que é pouco, muito pouco, diante do que merecemos.

Hum... (Momento reservado para pura reflexão...)

E irei transcrever Luis: “Se o tal amor é impontual e imprevisível que se dane! Não adianta: As pessoas são impacientes! São e sempre vão ser! Tem gente que diz que não é... "Eu não sou ansioso, as coisas acontecem quando tem que acontecer." Mentira! Por dentro todo ser humano é igual: impaciente, sonhador, iludido... Jura de pé junto que não, mas vive sempre em busca do tal amor! Pode soar brega, cafona... Mas é a realidade. Inclusive o assunto "amor" é sempre cafonérrimo."

Bem, amigas, não estamos agora na “fase namorando”, não é mesmo? No entanto, pertencemos ao grupo de pessoas que experimentaram nesta vida a sensação de sonhar acordada, de dormir do lado do telefone, de ter os olhos brilhando, de desfilar com aquele sorriso estampado no rosto ou senti-las constantemente no estômago (ai... como é bom!), e que, principalmente, sabe o valor de tudo isso e ainda mais o valor que temos nós... No entanto, já que a fase atual é a de viver cantando o mantra "Toca-telefone-toca" em alguma das sextas-feiras de nossas vidas, ou qualquer outro dia que seja (e quando toca, pensamos: "É ele, é ele"!), vamos aproveitar!!!

Minha sugestão é darmos uma festa, e de arromba! Nada de “noite dos solteiros” em qualquer bar desses da vida ou de ficar trancada em casa, não, pelo amor de Deus! Vamos celebrar, comemorar e curtir muito a nossa condição de solteira convicta, mas que não planeja ficar para titia (ah, eu já estou fora desta lista, huahuahua...), vamos convidar só para abrilhantar a nossa noite (apenas para isso?) alguns rapazes solteiros e aproveitar para levar uma pedra de Santo Antônio e bater a cabeça nela a noite inteira, afinal o dia seguinte é todo dele e dizem que o danado é casamenteiro...

Para concluir, se hoje ninguém ainda falou “Te amo!”, não se desesperem, eu digo: Amo vocês demais!!!

Beijos,

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